2010-01-12

Zoom in, Zoom out- É tudo improviso



"Vamo improvisá"

Estreou ontem na Band o programa que ocupará o lugar do CQC durante as férias.
Claro, como o povo brasileiro é acostumado a criticar tudo que é novo na TV, já fui obrigada a ler um milhão e meio de avaliações a respeito do novo programa, quase todas leigas e quase todas negativas.
É complicado fazer a ultrapassada geração de adolescentes amantes de MTV e Malhação entender o toda a técnica e estudo que existe por trás do improviso. Complicado, mas não impossível.

Desde 2008 virou moda dizer: "Meu programa de TV preferido é o CQC".
Com o único intuito de cutucar a ferida, eu tinha o costume de perguntar sobre o que se travata o programa (mesmo já conhecendo todo o formato e conteúdo). É impressionante o número de vezes que me disseram que o CQC era uma espécie de Pânico na TV. É proporcionalmente impressionante o número de vezes que meu coração doeu ao ouvir essa comparação.
Moda. Pura moda.
Não que moda seja uma coisa ruim [nem boa], mas é imprescindível que você procure pelo menos saber do que se trata essa nova moda. Me fazia rir [ou chorar] o tanto de pseudo-intelectuais que dizem "se amarrar" no CQC, mas que não sabem nem ao menos o nome do nosso Vice-Presidente da República.
Incrível.

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Mas voltando ao assunto, devo dizer que o novo programa da Band é sensacional.
É tudo improviso é um programa que trouxe para televisão brasileira uma modalidade cênica muito usada no teatro: Os jogos de improviso. Algumas pessoas poderão dizer que antes deste, já existia o "Quinta Categoria" na MTV, o que muito me entristece já que o Marcos Mion Wannabe não fazia nada além de afundar o programa. Ai que saudades d'Os Piores Clipes do Mundo.
Meu papel aqui é fazer críticas, mas hoje estou inspirada a responder á algumas críticas que eu li por aí.
- Ouvi dizer que a voz do Marcio Ballas é forçada, e que ele tem jeito de palhaço.
Sinto informar-lhes que aquela é a voz dele de verdade. E só para esclarecer aos desinformados, o Ballas é um dos palhaços mais respeitados, admirados e influentes não só do Brasil, mas do mundo. Talvez seja por isso o jeito clownesco?
- Fui obrigada a ler que colocaram artístas desconhecidos no programa.
Certamente quem disse isso não tem o menor conhecimento que seja do mundo artístico e cênico. Qualquer mero admirador do teatro que se preze tem a obrigação de saber quem são Os Barbixas, As Olívias e Jogando no Quintal. Joga no Google...
- Como é de costume, questionaram a veracidade do improviso.
Falando agora como aluna de Educação Artística e fã de teatro, e não como crítica, posso afirmar que o programa faz jus ao nome. É TUDO IMPROVISO. Como eu sei? Fui duas vezes nas gravações desse programa. Tive a oportunidade de sugerir DOIS temas, além de presenciar a participação de um grande amigo no palco, e de um outro amigo também sugerindo tema.
Sim, foi tudo improviso. Nada foi combinado. Dou minha palavra.
- Cortaram algumas partes.
Outra informação para os desinformados: Na TV existe algo chamado EDIÇÃO. É necessário que se corte algumas partes do programa para que ele se encaixe no horário.
- Não precisava ter banda o tempo todo.
Sabia que a técnica de improviso também é aplicada à música? Muitas das cenas contam com o apoio da banda, bem como o bom andamento do programa. A presença de uma banda em jogos de improviso é tão velha quanto a história dos jogos de improviso.
- Não passa de uma mistura de "Whose Line is it Anyway?" com "Zenas Emprovisadas"
Já peço desculpas pelo mau jeito, mas PORRA! É tão difícil assim pesquisar sobre um assunto? Nada que uma wikipediazinha não resolva. Isso são JOGOS DE IMPROVISO. Whose Line is it Anyway, Zenas Emprovisadas, Jogando no Quintal, Improvável... São todos jogos de improviso!!! Não é cópia. Não é mistura. É simplesmente o FORMATO do espetáculo. Seria o mesmo que dizer que todos os musicais são cópia do "Cats", ou que todos os telejornais são cópias do Jornal Nacional. Vamos deixar bem claro: Usar o mesmo formato não necessáriamente significa cópia!
- Marco Luque.
Sim, o Luque é um comediante fantástico, fora de série. Sim, a participação dele foi muito boa. Mas NÃO, não foi a única coisa boa do programa. Concordo com quem diz que foi a melhor parte, mas faço questão de bater de frente com quem diz que foi a única coisa boa.

Mais dfícil que fazer chorar, é fazer rir.
Improviso é uma das mais difícieis vertentes do teatro.
Por isso, tiro meu chapéu e dou meus parabéns á todos os participantes do novo programa da Band.





Por: Nana Mendonça

1 Fuxico:

Carla Yumi disse...

Adorei o tom crítico. Parabéns para o blog.

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